Muito se tem falado nos últimos tempos sobre Governança Corporativa. É frequente lermos, nos jornais de negócios ou de circulação nacional, artigos sobre a matéria onde empresários, administradores ou profissionais envolvidos com administração ou finanças abordam o assunto sob diferentes enfoques.
Afinal, o que vem a ser Governança Corporativa?
Uma definição muito simples, porém, abrangente, diz que Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, cotistas, Conselho de Administração, diretoria, auditoria independente e Conselho Fiscal. Esta definição não é minha, mas sim do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC.
Num mundo de negócios cada vez mais competitivo, onde o concorrente não mais se instala do outro lado da rua, mas muitas vezes está atrás de um click do mouse de um computador em algum canto do mundo, as empresas buscam soluções que lhes permitam serem vencedoras nesta batalha em que cada dia é uma nova guerra particular.
Ter relações claras com fornecedores, clientes e funcionários, entregando aquilo que foi vendido, a preços competitivos, requer cada vez mais competência gerencial e habilidade no estabelecimento de relações duradouras.
Empresas que praticam a Governança Corporativa demonstram estarem mais qualificadas para atingirem estes objetivos, apresentando melhores resultados e certamente estarão no radar dos investidores. Estas mesmas empresas terão acesso a capital a custos menores, sensibilizando seus clientes pela perspectiva de longevidade nos seus negócios.
Para as empresas de capital fechado ou familiares, a Governança Corporativa colabora decisivamente para resolver questões sucessórias que tanto afligem os empreendedores, já as preparando de forma estruturada para enfrentar agudas decisões futuras como expansões, parcerias ou mesmo abertura de capital.
Hoje, para uma empresa habilitar-se a abrir seu capital são requeridos índices de Governança Corporativa claros, que crescem de intensidade quando o patamar se aproxima dos critérios do Novo Mercado.
Atributos da empresa como transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa formam os pilares das Melhores Práticas de Governança Corporativa, projetando para o mundo exterior o reflexo de suas melhores intenções de crescimento sustentado e respeito pelos seus sócios, investidores, clientes, fornecedores, colaboradores e mercado.
Independentemente dos fóruns onde se discute Governança Corporativa, o tema permeia o universo empresarial devido à sua importância. Entretanto, se fizermos uma imersão na mente de nossos empreendedores, constataremos que os conceitos de Governança Corporativa já residiam lá, certamente dirigidos por outros impulsos tais como a longevidade da empresa, a transferência dos negócios na mudança das gerações, o crescimento sustentado, o retorno dos investimentos, a conquista do bem-estar para seus colaboradores e a fidelização de seus clientes.
Os modernos conceitos de Governança Corporativa estão dando uma forma atual a esta visão, expandindo-a de acordo com a dimensão de um mercado que já cresce além das fronteiras territoriais do país. Pelo andar da carruagem e da evolução de nossa economia, se já se falava muito de Governança Corporativa, muito mais se falará dela daqui para frente.
Por Fernando Soares Mitri, engenheiro, extensão na J.L. Kellog School of Management Northwestern University – USA, Diretor da MECA Consultores Associados